Em 2019, após o falecimento da minha mãe, eu perdi o espírito natalino.

Logo eu que sempre fui apaixonada pelo Natal, por reunir a família…

Eu simplesmente perdi.

Em 2020 eu tive um natal em paz, tranquilo… mas não era um natal, nataaal, sabe?

E assim foram, também, os Natais de 2021 e 2022.

Era tudo meio morno.

Não faltava só a minha mãe e minha tia, faltava vida, faltava alegria, faltava coragem pra seguir em frente. Mas a gente faz o que pode pra continuar, a gente vai caminhando do jeito que dá.

Assim foi comigo.

Nesse Natal, de 2023, algo estava diferente.

Uma alegria que eu achei que nunca mais retornaria estava voltando.

Era ele: o espírito natalino que eu havia perdido para sempre.

Na hora dos preparativos logo cedo fomos fazendo as “comilanças” como nossas mães sempre faziam.

Quando vi a mesa pronta já estava bastante emocionada e quando vi a minha família reunida na hora do nosso amigo oculto tradicional me deu uma alegria que nem sei descrever…

Não faltava nada. Literalmente nada.

Eu não estava com aquele sentimento de falta, revolta, saudade doída de antes… Enfim enxerguei que nós conseguimos seguir em frente.

Por mais dolorido que tenha sido, nós seguimos em frente.

Estávamos ali todos alegres, rindo e unidos.

Eu sempre lembro de um vídeo da Monja Cohen falando que aqueles que nós amamos e partiram desse mundo vivem em nós.

Na noite de Natal eu tive mais certeza disso do que nunca.

Ainda existe muito amor, alegria, união e vida em nós todos.

Eu só estava muito ferida ainda pra ver isso antes.

Agora eu vejo.