
E foi em um desabafo com algumas amigas sobre o saber se o que fazemos é importante que essa lembrança que acalenta o coração chegou até mim por meio de uma delas: o meu jeito já é o jeito certo no tempo presente.
Tem dias que a gente esquece do quanto já é querido e amado por Deus exatamente como é porque nos perdemos em nossas próprias piras sobre querer sempre ser melhor e melhor.
Pior é quando tentamos mudar a nossa própria essência porque nos parece errado simplesmente ser quem somos.
Muitos de nós tem uma energia de mais ação, de ir pra vida, de movimento e outros tantos já tem uma energia que se conecta mais com o sentir, analisar.
E reparemos como é raro estarmos satisfeitos com o nosso próprio jeito: uns gostariam de ser mais enérgicos, outros mais tranquilos, uns queriam se planejar mais e seguir roteiros, outros gostariam de ser mais espontâneos…
Parece que nos falta aceitação e que essa não seja confundida com a acomodação/zona de conforto tão famosas, mas a aceitação de que o quê nós fazemos do nosso jeito, com a nossa energia tem valor para o mundo e tem o seu lugar.
E quem é que mede esse tal valor?
O valor do que é oferecido por cada um varia demais e sim, só temos como falar em valor porque preço seria ainda mais difícil tentar calcular.
Hoje eu posso ir até a padaria do bairro e comprar um pedaço de broa de fubá que foi feita por alguém com muito carinho certamente e eu vou receber esse carinho em cada pedaço.
Logo, essa experiência tem um valor x pra mim.
Pra quem conhece a pessoa que cozinhou o valor pode ser y, pra quem recebeu de alguém como presente o valor pode ser z…
Agora se eu pudesse ter um pedaço da broa de fubá que a minha mãe ou a minha tia faziam o valor seria infinitamente maior pra mim, um verdadeiro tesouro.
Percebemos aqui que a minha percepção de valor não tem nada a ver com o que a pessoa que faz uma broa e a vende, mas com o que em mim essa experiência de degustar a broa consegue reverberar.
E é com essa metáfora meio maluca que hoje eu pensei aqui sobre o que nós colocamos no mundo e que muitas vezes é desvalorizado pelos outros e no quanto isso nos afeta profundamente por achar que não somos bons o bastante por conta de uma crítica apenas.
Cada ato é importante, cada palavra, cada experiência que nós vivemos tem um valor.
O que fazemos é importante, sim, ainda que nosso ego muitas vezes acredite que não.
E caso algum dia eu esqueça disso de novo vou lembrar que a nossa “broa de fubá”, ou a nossa energia de ser como somos, sempre tem valor e esse valor varia para quem recebe, mas isso não deve me desviar da certeza de que eu já sou quem posso ser agora e que Deus já me ama e sabe que eu, que nós, sempre estamos fazendo o melhor que podemos de acordo com o que precisamos fazer e ser no momento presente.