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Eu sou Viviane

Pisciana com ascendente em Áries e Lua em Gêmeos apaixonada por aprender e compartilhar minhas coletas.

Sou Terapeuta, Pedagoga e Artesã e ajudo na reconstrução de pontes com a voz do coração e da intuição.

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Despedidas: casa aos pedaços, lembranças inteiras

Comecei essa semana de um jeito leve como eu nem lembrava que poderia ter nessa vida e acho que essa é uma das provas de quem algumas despedidas tem que ser feitas para que possamos seguir adiante.

Parece que tirei um peso das minhas costas, peso esse que eu já sentia somatizado em dores físicas.

Na última sexta feira fui ao interior de MG assinar os papéis da venda da casa da minha avó.

A casa aguardava uma decisão há 23 anos.

Eu não gosto de despedidas e adiei esse dia enquanto eu pude.

A verdade é que eu torcia pra que ele nunca chegasse.

Cheguei na casa no dia e na hora marcados, e confesso que me espantei um pouco pois o quintal estava tomado pelo mato alto, a casa estava bem mais maltratada pelo tempo do que eu poderia imaginar e praticamente todos os móveis dela já não existiam mais.

Olhei para os 2 sofazinhos na sala e lembrei de quando sentava ali com ela e ficávamos vendo televisão juntas.

Cada passo que eu dava pela casa trazia uma lembrança.

colar de nossa senhora aparecida

De um lado vinha com uma dor da saudade e do outro a felicidade de ter a sorte de poder levar comigo tantas lembranças.

A penteadeira que eu costumava sonhar que era uma princesa foi uma das poucas coisas que ficaram lá. Não tinha os perfumes, os grampos de cabelo da minha avó…

A cristaleira dela também estava de pé e, para a minha surpresa, todos os santinhos estavam ali no mesmo lugar, como se estivessem esperando o meu último adeus.

E acho que tudo isso foi o que mais me emocionou, relembrar de onde vem todo esse amor que eu tenho por nossa senhora Aparecida, São Jorge, Santa Luzia, os pretos velhos…

Esse amor foi passando de geração em geração e nos nutre, nos une de uma maneira que não sei explicar.

Assinei os papéis.

O terreno não é mais da minha família.

Eu vi o terreno e a casa tão cheios de história, mas não era mais o lar da minha avó.

Meu ego me fazia pensar que eu precisava daquele lugar para lembrar.

Meu coração sempre soube que as lembranças estão em mim e elas irão comigo a qualquer lugar.

É preciso ter os pés no chão pra entender que o material é importante, mas jamais irá substituir a bagagem que carregamos na alma.

A casa estava caindo aos pedaços e o lugar como eu costumava me lembrar morreu.

Mas a lembrança de tudo que vivi lá nunca esteve tão viva em mim.

As despedidas existem para que a gente possa seguir em frente, mas no nosso coração tudo fica registrado.

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