Eis que mais um 8 de Março chega e eu só quero seguir em frente.

Mais um dia de celebração para mim por ser mulher e pelo meu aniversário.
Quando acordei hoje havia um céu azul e um sol que me convidava a comemorar a simplicidade de estar viva depois de tantas coisas, tanto caos e tanto renascimento.
Impossível seria, no meio da alegria da vida, não ceder alguns minutos a uma brisa leve de nostalgia que vez ou outra chega até mim.
Tem dias que eu sinto falta de coisas simples como o colo da minha mãe e até mesmo das broncas que ela me dava, da broa de fubá quentinha com a manteiga derretendo da minha tia numa tarde de domingo, de ver a minha avó penteando os longos cabelos brancos…
O caminho parece muito mais longo quando eu penso erroneamente que estou andando sozinha, mas logo me corrijo, me recordo, me (re)conecto e sei que nem se eu quisesse eu estaria sem elas hoje ou em qualquer outro dia da minha vida.
Tem dias que o meu corpo, principalmente os meus pés, pedem descanso eu paro, afinal são anos e mais anos de caminhadas, e eu tenho aprendido a parar.
Parar para descansar, para observar, para admirar a paisagem, para ouvir a minha intuição e me preparar para os próximos passos do corpo e da alma.
Tem dias que o tal caminho parece com uma grande escada e a gente teima em pensar em quantos degraus ainda faltam pra chegar logo ao topo. E vem a ansiedade e o desânimo.
Nesses momentos eu olho para trás, para os degraus que eu já subi, e eu lembro que a escada não começou comigo, mas com as que vieram antes.
Se hoje tenho o direito de parar, admirar a vista e ser feliz muitas não puderam fazer o mesmo e eu honro a todas.
Acredito que eu não desisti ou me entreguei aos processos de depressão que passei é porque a voz de todas elas falavam ao meu ouvido “só mais um passo, estamos com você” e é porque a força de todas elas não me deixava sozinha.
Eu escolho, todos os dias (com paradas necessárias e merecidas para um chazinho, para tirar os sapatos, para dormir, para um banho quente, para observar a vida) seguir em frente caminhando por mim e por elas.
E eu escolho, todos os dias, ser o mais feliz que eu conseguir por mim e por elas.
Passei o dia de hoje acompanhada dos meus livros, pensei bastante em Mãe Maria e em Joana D’arc, mergulhei em memórias, sonhei com o futuro, comi chocolate, recebi amor das pessoas mais importantes da minha vida, a noite fechei com um mini bolo…
Esse sempre foi o meu jeito favorito de passar os meus aniversários: simples e sendo eu de verdade.
Respostas de 2
Prezada Nane,
Aqui vão os nossos parabéns, um tanto atrasados, mas nunca é muito tarde para compartilhar! Muitos anos de vida para você e felicidade para todas as mulheres!
Atenciosamente,
A Equipe da Escola Feminista.
Olá! Agradeço de coração!
Nunca é tarde! 🙂