Por anos e anos a minha grande preocupação nessa existência foi descobrir “a minha missão de vida”.
Isso me rendeu muitos conflitos internos e, até mesmo, crises existenciais.
A gente vê tanta glamorização quanto a isso que parece que tem que ser algo grandioso como Jesus, Buda, Madre Tereza além de tantas outros seres maravilhosos desse plano ou não fazendo coisas maravilhosas para o mundo que a comparação parece inevitável.
Me cobrei por mais de década encontrar algo que fosse uma grande missão de vida. Isso acabava sendo, na verdade, um enorme peso no meu cotidiano.
Parece que chegou o dia em que eu finalmente cansei do peso dessa busca interminável e que tanto me fez mal.
Comecei a observar no cotidiano, na simplicidade das ações e das conversas as pessoas apenas vivendo suas vidas sem se preocuparem com uma missão.
Elas estavam ali vivendo um dia de cada vez e ser boa pra si e para os outros. Simples assim.
Isso me trouxe alívio, leveza e um certo encantamento.

E se eu pudesse ser como essas pessoas e me contentar apenas em ser eu mesma? Viver um dia de cada vez sem a ambição de ajudar o mundo todo? Me libertar disso de querer salvar quem eu não tenho o poder de salvar?
E se eu pudesse simplesmente viver fazendo tudo com presença? E se eu não me sentisse mais culpada por achar que tudo que faço parece pouco?
Parece maravilhoso.
Se eu for seguir a lógica de que somos todos filhos de um mesmo Deus e, portanto, ele nos ama igual pensar em diferença entre missão pequena ou grande parece ridículo.
Então cheguei a conclusão de que o que existe mesmo é a experiência de cada um de nós.
Aprendi que a minha real missão nessa vida é aprender a me amar e a me acolher cada vez mais. Sem me julgar e a me tratar bem, exatamente como eu sei bem lá no fundo que eu mereço.
Ah, mas é um longo processo…
O ego quer grandeza, quer aplausos, quer ter a certeza de que é importante.
Mas o que é mais importante nessa vida do que ter a certeza de que Deus me criou e me ama do jeito que eu sou como o pai de puro amor que ele é?
Para mim, pensar assim, fica muito mais leve e fácil de começar a viver mais feliz.
Se eu me amo e me trato como mereço:
- vou ser o melhor para todas as outras pessoas.
- não vou aceitar relações indignas na minha vida e nem vou querer ser indigna com os outros.
- vou trabalhar oferecendo o meu melhor no que produzir automaticamente porque estarei fazendo com toda a minha alma.
- vou respeitar o meu corpo e me alimentar da melhor forma e fazer exercícios para que ele seja cada vez mais saudável e não por odiá-lo.
- vou enxergar Deus em mim mesma e, assim, enxergar Deus no outro também.
Hoje eu me perdoo por todas as vezes que me julguei, me cobrei e quis fazer coisas que não tinham conexão alguma com a minha essência.
Hoje eu escolho a leveza e você?